A FONOAUDIOLOGIA é uma profissão da área da saúde que pesquisa, previne, avalia e trata as alterações da voz, fala, linguagem, audição, aprendizagem, enfim, da Comunicação Humana.
Atua na saúde da criança, adolescente e jovem, mulher, mental, idoso, trabalhador, deficientes, da família e educação.
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“É um distúrbio neurológico que afeta a produção motora dos sons da fala. A precisão e a consistência dos movimentos necessários para produzir os sons da fala estão alteradas, na ausência de déficits neuromusculares. É uma alteração funcional e que nem sempre é detectada em exames para o estudo do cérebro (como ressonância e tomografia).
Apraxia de fala não é apenas um atraso na fala, pelo contrário, é um distúrbio motor (neurológico-funcional) para produzir os sons da fala. É uma desordem neurocomportamental, no qual os parâmetros espaço-temporais dos movimentos da fala estão comprometidos. É um distúrbio instável, dinâmico e que pode persistir até a idade adulta (American Speech-Language-Hearing Association, 2007).
Existem várias terminologias para este quadro, como: dispraxia verbal, dispraxia do desenvolvimento da fala, apraxia desenvolvimental, dispraxia articulatória, desintegração fonética. São diferentes nomes para explicar o mesmo problema. No entanto, é importante salientar, que a Associação Americana de Fonoaudiólogos (ASHA), desde 2007, definiu e padronizou o termo: Apraxia de Fala na Infância (CAS, Childhood Apraxia of Speech).
Os sinais são:
Podemos ter a Apraxia de Fala Adquirida quando existe uma causa definida e ocorre após uma lesão na área de programação motora da fala no cérebro (nos casos, de traumatismo craniano, acidente vascular, etc).
Mas, na maioria dos casos, a Apraxia de Fala é idiopática, ou seja, não existe uma causa específica, definida. A disfunção na área de programação motora da fala não aparece nos exames tradicionais para estudo do cérebro (ressonância magnética, tomografia). Conforme já escrevi anteriormente, é uma alteração funcional.
A Associação Americana de Fonoaudiologia sugere a seguinte perspectiva para estudar as causas de Apraxia:
1. Idiopáticas (não há uma causa definida): ocorre uma falha no sistema linguístico-motor que resulta na dificuldade para produzir/articular sons e para combinar as sílabas para formar as palavras.
2. Perspectiva Sensório-Motora: ocorre uma alteração na percepção (processamento sensorial) e processamento motor e isso afeta o planejamento e automatização da sequencia motora de cada palavra produzida.
3. Perspectiva do Processamento Auditivo: crianças com apraxia tem os exames auditivos normais. Mas existe uma perspectiva que acredita que elas ouvem normalmente (audição periférica normal), mas o processamento (percepção/discriminação/memória auditiva) do que elas ouvem não ocorrem de forma adequada e isso afeta o encadeamento dos sons.
Causas Genéticas
Algumas alterações genéticas são hereditárias, ou seja, passam de pais para os filhos; porém outras podem ocorrer espontaneamente e sem termos como prevenir ou evitar, são “acidentes” genéticos que podem ocorrer no momento da concepção na gestação. Existem algumas condições genéticas que podem estar associadas ao quadro de Apraxia ou alguns sintomas da Apraxia. Suspeitas de causas genéticas devem ser sempre acompanhadas por um Médico Geneticista.
Algumas condições genéticas que podem estar ter Apraxia associada:
1. Galactosemia: é um erro inato do metabolismo, é uma doença hereditária, no qual o corpo não consegue metabolizar (transformar) galactose em glicose. Ocorre em 1 a cada 60.000 partos. Crianças com galactosemia não toleram qualquer tipo de leite (humano ou animal) e devem ter cuidado com a ingestão de outros alimentos que contenham galactose.
2. Síndrome do X-Frágil: é a segunda causa mais frequente de Deficiência Intelectual, de origem genético-hereditária e pode ser acompanhada por um quadro de Apraxia. São crianças que apresentam déficit cognitivo, dificuldades comportamentais (hiperativos, com sinais austísticos) e tem características faciais típicas.
3. Síndrome de Down: frequentemente o quadro de Apraxia é subdiagnosticado em crianças com Síndrome de Down (“oh, ele tem a Síndrome e por isso é hipotônico e tem dificuldade em articular corretamente os sons). Atenção! Crianças com Síndrome de Down podem ter associado um quadro de Apraxia (os dois diagnósticos pode ocorrer) e nestes casos, é preciso um tratamento diferenciado.
4. Síndrome de Prader-Willi: ocorre um erro genético no cromossomo 15. Alguns sinais são: diminuição no reflexo de sucção, hipotonia muscular quando bebês, apetite insaciável (procura constante por comida), problemas comportamentais, estrabismo, déficit cognitivo, atraso no desenvolvimento motor e fala. Crianças com esta síndrome também podem apresentar Apraxia de fala.
Pode ocorrer de uma criança não ter nenhuma destas condições genéticas acima descritas, mas pode existir um componente genético na família que justifique a alteração no desenvolvimento da fala e da linguagem, existe uma predisposição genético-familiar para a alteração, mas os genes ainda não foram encontrados. Em 2003, o Journal of Communication Disorders, publicou um estudo com uma família onde havia vários membros afetados pela Apraxia (ficou conhecido como o gene FOX P2).
Outras causas: existem alguns estudos que têm encontrado algumas relações de doenças infecciosas que podem prejudicar circuitos cerebrais relacionados à área de programação motora da fala. As doenças citadas são: AIDS (HIV), Encefalite e Meningite.
Outras condições que também podem estar relacionadas à Apraxia: problemas no nascimento, prematuridade.
Apesar de ter listado aqui as principais causas, vale destacar que estes são resultados de estudos teóricos e são fatores que podem ter contribuído para o aparecimento da Apraxia, mas até o momento, não se sabe qual a causa exata do problema.
O transtorno específico da grafia que, geralmente, acompanha a dislexia é conhecido como disortorgrafia. É a dificuldade de aprender e desenvolver as habilidades da linguagem escrita. Segundo a fonoaudióloga Fernanda Marques, “é a alteração na planificação da linguagem escrita, causando transtorno na aprendizagem da ortografia, gramática e redação”. Os órgãos sensoriais estão intactos e devem passar por uma instrução adequada. Traçado incorreto da letra, lentidão, alteração no espaço, sujeira e falta de clareza na escrita, inteligibilidade são alguns sinais da disortografia. Muitas pessoas também se queixam de dores nas mãos ou nos braços, pois fazem força para escrever. A pessoa que sofre de disortografia tende a escrever textos curtos, a ter dificuldade no uso de coordenação e subordinação das orações, dificuldade em perceber os sinais de pontuação, falta de vontade para escrever.
Sendo a disortografia um problema na escrita, veja abaixo alguns exemplos:
Considera-se que, até a segunda série seja comum as crianças se confundirem ortograficamente, dado que a relação com o som e a palavra escrita ainda não está dominada. Para que seja diagnosticada a disortografia, a criança não pode ter alterações intelectuais, sensoriais, neurológicas, motoras e afetivas. Esse é um transtorno funcional que afeta a forma, inteligibilidade, significado e o ritmo da escrita. Isto é, o desenho da letra não estará adequado à verdadeira escrita. A disortografia pode vir sozinha, ou seja, a pessoa lê e escreve bem, mas não consegue desenhar a letra de forma clara e limpa, como também pode aparecer junto com a dislexia.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes síndromes marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Também chamado de Desordens do Espectro Autista (DEA ou ASD em inglês), recebe o nome de espectro (spectrum), porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa graduação que vai da mais leve à mais grave. Todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas, com as dificuldades de comunicação e relacionamento social.
Não faz muito tempo, o autismo era considerado uma condição rara, que atingia uma em cada duas mil crianças. Hoje, as pesquisas mostram que uma em cada cem crianças é portadora do espectro, que afeta mais os meninos do que as meninas. Em geral, o transtorno se instala nos três primeiros anos de vida, quando os neurônios que coordenam a comunicação e os relacionamentos sociais deixam de formar as conexões necessárias.
As manifestações na adolescência e na vida adulta estão correlacionadas com o grau de comprometimento e com a capacidade de superar as dificuldades seguindo as condutas terapêuticas adequadas para cada caso desde cedo.
O diagnóstico é essencialmente clínico. Baseia-se nos sinais e sintomas e leva em conta os critérios estabelecidos por DSM–V (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS).o comprometimento e o histórico do paciente
O diagnóstico do Autismo (TEA) depende de fatores:
1) conhecer profundamente os Autistas sabendo seus sinais e sintomas;
2) observar o comportamento da criança em casa, com os pais, na escola, no parque, enfim, em todos os ambientes que tenham crianças e adultos participando de preferência;
3) verificar fotos, vídeos, gravações realizadas na escola e em aniversários;
4) solicitar relatórios das escolas, creches e estes responderem com detalhes e com informações significativas (podendo até se utilizar de escalas de avaliação já citadas para facilitar e padronizar esta tarefas pois `as vezes a escola nem sabe o que descrever e ressaltar);
5) conversar muito com os pais a fim de explicar bem o diagnóstico e a importância de tratá-lo.
Estudos iniciais consideravam o transtorno resultado de dinâmica familiar problemática e de condições de ordem psicológica alteradas, hipótese que se mostrou improcedente. A tendência atual é admitir a existência de múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos, biológicos e ambientais. Muitos avanços científicos está acontecendo contribuindo positivamente, para o tratamento e melhora na qualidade de vida desses indivíduos.
Atraso de linguagem tem também como terminologia Retardo de aquisição de linguagem RAL.
Retardo de aquisição de linguagem diz respeito a um início tardio no desenvolvimento da linguagem da criança. A forma como a criança utiliza a linguagem seria considerada normal em uma faixa etária anterior, ou seja, o seu nível de desempenho lingüístico estaria aquém daquilo que é esperado pelo meio.
Segundo Zorzi (1993), “a denominação retardo de linguagem ou retardo de aquisição de linguagem diz respeito a algum tipo de comprometimento no curso evolutivo da aquisição da linguagem”.
O retardo de aquisição da linguagem ocorre quando a criança não apresenta um nível de linguagem adequado.
O atraso manifesta-se na forma de uma evolução não satisfatória ou dificultosa com: vocabulário restrito, dificuldade em elaborar frases, uso pouco freqüente da linguagem, dificuldade de compreensão, inabilidade para relatar fatos ou acontecimentos vivenciados, narrativa truncada e apoiada em gestos,fala ininteligível, geralmente acompanhada de desvio fonológico e sintaxe limitada.
O diagnóstico precoce é muito importante para que haja uma intervenção terapêutica sem demora. O fonoaudiólogo irá acompanhar a criança, intervindo de maneira eficaz para ampliar sua linguagem oral e oferecer modelos adequados de interação comunicativa entre a criança e a sua família.
O tratamento Fonoaudiológico é de suma importância para que o trabalho alcance seu objetivo. Torna-se fundamental a parceria entre escola/clínica/família, em que a criança sinta-se mais segura e com total respaldo para desenvolver-se plenamente.
Nos casos de Atraso de Linguagem a criança consegue atingir uma linguagem compatível com seu desenvolvimento atingindo sucesso. Quando isso não acontecer, é necessário um diagnóstico diferencial podendo ser Transtorno/Alteração ou Distúrbio Específico de Linguagem.
É uma dificuldade persistente para adquirir e desenvolver a fala e a linguagem. Aparentemente a criança possuiu todas as condições para falar, mas ela não consegue ou apresenta muita dificuldade neste processo.
O atraso no aparecimento da linguagem oral pode, muitas vezes, ser o sinal de problemas auditivos, ou falta de estímulos ou ainda pode ser o sinal de transtornos mais globais no desenvolvimento como o Autismo e a Deficiência Intelectual.
No entanto, esse atraso pode ser o indício de um quadro denominado de Distúrbio Específico de Linguagem (Specific Language Impairment, SLI), ou seja, aparentemente a criança possui todas as condições de desenvolver a linguagem e a fala, mas este desenvolvimento não ocorre conforme o esperado.
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos revelam que cerca de 7 em cada 100 crianças saudáveis apresentam algum grau de dificuldade de aquisição e de desenvolvimento da linguagem (Leonard, 2000).
Os pais começam a perceber problemas no desenvolvimento lingüístico da criança por volta dos dois ou três anos de idade: algumas crianças não falam, ou demoram para iniciar a produção das primeiras palavras ou são lentas para aprender novas palavras (vocabulário restrito) ou ainda não conseguem combinar palavras para formar frases.
As dificuldades podem ser variadas, a depender da gravidade do quadro e podem persistir até a idade adulta. Existem casos mais graves, que dificilmente irão desenvolver uma “fala normal”, como existem casos mais leves, nos quais a manifestação mais comum pode ser a dificuldade em adquirir os sons da língua (apresentam trocas de sons na fala).
O diagnóstico precoce e correto é fundamental – para que seja traçado um planejamento terapêutico específico para cada caso e também para que tanto os familiares quanto os professores possam receber esclarecimentos e orientações sobre o problema.
O diagnóstico inicial é feito por exclusão, ou seja, primeiramente tem que ser investigado se existe algum problema auditivo, se a dificuldade é específica da área da linguagem ou se outros aspectos do desenvolvimento da criança também estão alterados, se existe algum problema emocional grave, se em casa está faltando estímulos para o desenvolvimento da fala e da linguagem.
Se todas essas causas forem excluídas e a partir de testes específicos, for confirmada uma alteração no processo de desenvolvimento da fala e da linguagem, daí sim, podemos estar diante de um quadro de Distúrbio Específico de Linguagem.
Sinais indicativos de um Distúrbio Específico de Linguagem:
Referências Consultadas:
Bishop, D.M.V; Edmundson, A. Language impaired 4 years old: distinguishing transient from persistent impairment. J. Speech Hear Disord, v.52, p.156-173, 1987.
Stark, R.E; Tallal, P. Selection of children with Specific Language Deficits. J. Speech Hear Disord, v.46, p.114-122, 1981.
De acordo com o DSMV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) pode-se classificar o transtorno de linguagem de acordo com quatro critérios.
Os Critérios Diagnósticos para Transtorno de Linguagem no DSM-5 são:
È muito importante realizar o diagnóstico diferencial entre Transtorno/ atraso e distúrbio de linguagem. È da competência do Fonoaudiólogo, de um especialista em Linguagem Infantil realizar esse diagnóstico.
Pais, professores, outros profissionais da saúde, podem identificar ou suspeitar que o desenvolvimento da linguagem de uma criança não está adequado, porém cabe ao Fonoaudiólogo diferenciar, diagnosticar, e consequentemente, elaborar um programa de intervenção específico e eficiente para cada caso.
A face tem o crescimento e o desenvolvimento diretamente relacionados às funções de sucção, respiração, deglutição, mastigação e articulação. Assim, é importante ao longo do crescimento que a criança apresente condições funcionais adequadas que possibilitem um desenvolvimento harmonioso da face e da fala.
As alterações oromiofuncionais são interferências nas funções de sucção, respiração, deglutição, mastigação e articulação (fala).
As principais causas são:
Os sintomas são:
Para evitar as alterações oromiofuncionais pode-se seguir algumas sugestões:
Na presença de algum dos sintomas citados, deve-se procurar um Fonoaudiólogo. O Fonoaudiólogo é o profissional capacitado para avaliar, diagnosticar e tratar dos distúrbios oromiofuncionais.
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